O mercado fonográfico está em exponencial crescimento de receita, o que o torna um espaço favorável para novos investimentos. Segundo dados do IFPI, a receita total do mercado fonográfico global em 2023 somou aproximadamente US$ 28.6 bilhões ao registrar 10,2% de crescimento no seu nono ano consecutivo de expansão.
O Brasil ficou na nona posição no ranking global, superando a média global pelo sétimo ano consecutivo, e streaming responde por 87,1% das receitas.
Por este motivo, vários artistas estão transformando seus royalties musicais em investimento. O “mais novo” artista a aderir a operação foi Moacyr Franco. Com um acervo diversificado que vai desde marchinhas de carnaval ao gênero sertanejo e trilha sonora de novela, o compositor negociou seus royalties musicais que se transformaram em operação de investimentos. O catálogo foi adquirido pela MUV Capital.
Durante sua carreira, Moacyr Franco compôs diversas obras musicais, incluindo a famosa marchinha de carnaval “Me dá um Dinheiro Aí”. Na década de 80 e 90, compôs músicas que se tornaram clássicos do sertanejo, entre elas “Ainda Ontem Chorei de Saudade” e “Se Eu Não Puder Te Esquecer”, interpretadas pela dupla João Mineiro e Marciano. Em 2003, teve uma de suas composições gravadas por Rita Lee: “Tudo Vira Bosta”, que posteriormente fez parte da trilha sonora da novela “Senhora do Destino”, exibida em 2004 pela TV Globo.
Segundo Moacyr, para os artistas e compositores o invesntimento é uma oportunidade de liquidez imediata somado a tranquilidade de ter o catálogo gerenciado por uma empresa confiável. “Atualmente, percebe-se a movimentação desse mercado na busca de novos catálogos, é uma boa hora para os artistas que buscam esse tipo de parceria. Artistas multifuncionais como eu, possuem certa dificuldade em administrar e ampliar os recebimentos de suas obras, tendo isso em vista, o mais importante é escolher um parceiro que te dê segurança no processo”, destaca.
Com uma taxa de retorno estimada em 21,04% ao ano e prazo de investimento de 36 meses, a rentabilidade da operação advém do número de execuções das obras que a compõem. “Cada vez que uma música que integra o catálogo dessa operação é executada, o pagamento dos royalties musicais é direcionado aos titulares dos direitos. Em resumo, os artistas vendem uma parte de seus ganhos futuros gerados por seu catálogo musical aos investidores em troca de um pagamento fixo”, informa a COO da MUV Capital, Ana Gabriela Mathias.
Ainda segundo o relatório, apesar de o mercado físico representar apenas 0,6% do total das receitas do setor, ele alcançou R$ 16 milhões. Esse é o maior número desde 2018, e mostra um crescimento de 35,2% se comparado com 2022. Entre os formatos físicos mais vendidos, o disco de vinil desponta como o grande destaque, com R$ 11 milhões de vendas. Em percentual, representa um crescimento de 136,2% e tem se tornado formato físico mais vendido, ultrapassando os CDs.
Além disso, outros formatos também registraram crescimento significativo. As receitas físicas aumentaram em 13,4%, e os ganhos com direitos de execução subiram 9,5%. Esse é o terceiro ano consecutivo em que as receitas tanto digitais quanto físicas crescem ao mesmo tempo.