Abaixo do maciço de 84 metros de altura que represa 21 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, uma população de milhares de pessoas passou o dia de ontem inquieta, buscando informações, imaginando formas de escapar e até falando em revolta e vandalismo. Assim foi o dia tenso dos 4,8 mil habitantes dos bairros Cristo Rei, Eldorado, Residencial Gualter Monteiro e Royal Park, depois que o Ministério Público de Minas Gerais, na comarca de Congonhas, expediu recomendação para que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) providencie moradias provisórias para habitantes de aproximadamente 600 casas, onde vivem cerca de 2,5 mil pessoas diretamente ameaçadas pela Barragem Casa de Pedra, da CSN, considerada uma das maiores represas em área urbana do mundo. Caso a advertência do MP seja cumprida, a remoção de moradores será mais de duas vezes maior que a soma das seis evacuações feitas em seis localidades desde a tragédia de Brumadinho (cerca de 1,2 mil pessoas).]