Apesar de Brasília estar parada por causa do recesso parlamentar, as movimentações e articulações no governo federal não param. O ano mal começou e o presidente da República Michel Temer já perdeu três ministros em menos de um mês.
No dia 3, o ministro Marcos Pereira, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços entregou uma carta de demissão para o governo. Ele alegou que precisava se desligar do cargo para trabalhar sua campanha para deputado federal nas eleições deste ano.
Também pediram demissão os seguintes ministros: Antônio Imbassahy, da Secretaria de Governo; e Ronaldo Nogueira, do Ministério do Trabalho.
Até dia 4, o presidente Temer só havia definido o nome para a pasta do Trabalho, para assumir o ministério após a demissão do antigo titular, Ronaldo Nogueira (PTB-RS), a deputada federal Cristiane Brasil do PTB, indicada pelo pai, que é presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson que foi condenado no Mensalão e teve a pena liberada em 2016.
A posse da nova ministra estava prevista para esta terça (9), mas uma ação popular foi movida após a revelação de que a deputada do PTB foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas com dois ex-motoristas. A Justiça Federal do Rio suspendeu, em decisão provisória (liminar) a posse. a AGU recorreu junto ao TRF-2, mas o desembargador Guilherme Couto de Castro negou o recurso na tarde desta terça.
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da decisão liminar que impede a posse da deputada. Na noite dessa quarta-feira (10), o Tribunal Regional do Rio de Janeiro negou recurso apresentado pela deputada contra a liminar que suspende a posse no Ministério.
O governo havia recuado em apresentar o recurso no Supremo Tribunal Federal na espera do posicionamento do TRF.
Segundo informações da Globo News, apesar da negação do tribunal o governo vai manter a indicação da deputada e aguardar a decisão final do STF. Temer chegou a pedir um novo nome para o PTB, mas o presidente do partido Roberto Jefferson e pai da Cristiane Brasil, diz que não vai mudar a sugestão. Com receio de um desgaste com o PTB na negociação da reforma da Previdência, o governo recuou.
Agora é esperar um posicionamento da Suprema corte sobre o caso. O problema é que o STF está em recesso e só retoma as atividades em fevereiro.
Uma reportagem da Reuters revela que o governo deve trocar neste ano mais de 10 ministros que vão concorrer a cargos como deputado federal ou senador. E como as pastas foram entregues a alguns partidos, a escolha dos novos nomes deverá ser do partido responsável pelo Ministério. Caberá ao governo acatar o nome escolhido, para evitar desgastes, como tem sido no caso do Ministério do Trabalho. Os ministros que decidirem concorrer nas eleições deverão deixar o cargo até abril.
A dança das cadeiras na esplanada dos ministérios ainda vai dar muito o que falar neste ano.