
O primeiro Papa jesuíta!
O primeiro Papa das Américas!
O primeiro Papa a adotar o nome e a responsabilidade de carregar o nome Francisco.
Seguiu a pobreza e a dedicação ao outro tal qual Francisco de Assis.
Missionário tal qual o cofundador de sua ordem Francisco Xavier.
Soube lidar com conflitos religiosos assim como outro Francisco, o de Sales.
266.º Papa da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio, fez sua Páscoa, um dia após a Páscoa do Senhor. Nessa feliz coincidência vemos sua humildade que para não tomar as atenções para si no dia máximo da igreja, entrou para a vida eterna de forma discreta nas primeiras horas do dia seguinte.

“Sabeis que o dever do Conclave é dar um bispo a Roma. Parece que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo no fim do mundo, mas estamos aqui”, disse o Papa que cativoou católicos e não católicos com seu sorriso largo e o coração mair que o mundo.
Nascido em Buenos Aires, na Argentina, a 17 de dezembro de 1936, no seio de uma família de origem italiana. Estudou química, e rompeu o noivado ao perceber sua vocação ao sacerdócio que não agradou a mãe que não acompanhou o filho no dia de entrada no seminário diocesano, em 1956.
Foi ordenado padre aos 33 anos em dezembro de 1969. Nomeado Bispo Titular de Auca e Auxiliar de Buenos Aires em maio de 1992 e criado cardeal em 2001 por São João Paulo II.
Em março de 2013, foi eleito Papa no conclave que escolheu o sucessor de Bento XVI que havia renunciado meses antes.

Anos antes de se tornar Papa, em 2007, o então cardeal Bergoglio durante o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM) esteve à frente da redação do documento, que ficou conhecido com Documento de Aparecida, por ter a cidade sediado o encontro. Francisco não só redigiu o texto enquanto cardeal como o colocou em prática no tempo em que ocupou o Trono de Pedro.
De acordo com dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana, três pontos aproximam o documento do pontificado de Francisco: o Forte cunho missionário, a opção preferencial pelos Pobres e a Ecologia.
Em 27 de março, realizou a bênção extraordinária Urbi et Orbi, geralmente feita apenas no Natal e na Páscoa, para apelar pelo fim da pandemia de COVID-19 do vírus SARS-CoV-2.
Como Papa primou pela simplicidade e transmitir uma imagem de humildade, abdicou do secular Palácio Apostólico onde sempre viveram os seus antecessores, vivendo na Casa de Santa Marta, uma hospedaria destinada a bispos, substituiu o trono dourado por uma cadeira de madeira mais simples entre outras coisas. Sua vontade foi expressa também em seu testamento dando instruções específicas e como queria que fosse seu velório e seu sepultamento.
Segue abaixo o testamento na íntegra:
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o ocaso da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar a minha vontade testamentária somente no que diz respeito ao local da minha sepultura.
Sempre confiei a minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe do Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que os meus restos mortais repousem, esperando o dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde me dirigia para rezar no início e fim de cada Viagem Apostólica, para entregar confiadamente as minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecer-Lhe pelo dócil e materno cuidado.
Peço que o meu túmulo seja preparado no nicho do corredor lateral entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza desta mesma Basílica Papal, como indicado no anexo.
O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas pela soma do benfeitor que providenciei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maior e para a qual dei instruções apropriadas ao Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.
Que o Senhor dê a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e que continuarão a rezar por mim. O sofrimento que esteve presente na última parte de minha vida eu o ofereço ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.
Santa Marta, 29 de junho de 2022
Além do pedido de ser velado em um caixão, algo comum para todas as pessoas, mas inusitado para um papa. Francisco será o primeiro papa enterrado fora do Vaticano em mais de um século, em vez de ficar com outros 91 papas falecidos na Basílica de São Pedro.
O Papa que tinha 88 anos, ao longo de seu papado que durou 12 anos e 39 dias, se destacou por sua humildade, ênfase na misericórdia de Deus, visibilidade internacional como papa, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Apesar de demonstrar uma abordagem menos formal ao papado do que seus antecessores, manteve as visões tradicionais da Igreja em relação a assuntos delicados tais como: aborto, casamento e segunda união, união de pessoas do mesmo sexo, ordenação de mulheres e celibato clerical. Ele se opunha ao consumismo, não apoiava o capitalismo desenfreado, o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação.
“A tristeza corta, nossos corações. Nós que, celebrando a Páscoa do Senhor, sem o saber, nos preparávamos para a Páscoa de Francisco.” Altamir Andrade
O Papa faleceu às 7h35 horário do Vaticano, 2h35 horário, horário de Brasília, em decorrência de um acidente vascular cerebral, seguido de um quadro irreversível de insuficiência cardíaca. Segundo a certidão médica, o pontífice sofreu um AVC, entrou em coma e teve um colapso cardiocirculatório irreversível. O boletim médico também apontou que o quadro foi agravado por pneumonia, bronquiectasias múltiplas, hipertensão e diabetes tipo 2.
Admirador de tango e apreciador de futebol, torcedor do San Lorenzo de Almagro, recebeu a seleção argentina por duas vezes no Vaticano. Foi o primeiro Papa a escrever a sua autobiografia. Nela revelou que foi alvo de um atentado à bomba. Ele conta que foi informado pela polícia após aterrissar em Bagdá, em março de 2021, que pelo menos dois homens-bomba conhecidos estavam mirando um dos eventos planejados para ele.
O corpo do papa Francisco foi transferido na manhã desta quarta-feira, 23, de sua residência no Vaticano para ser velado na Basílica de São Pedro. O público poderá passar em fila pelo caixão aberto a partir das 11h, no horário local, 7h no horário de Brasília.

Já o funeral será no próximo sábado. A cerimônia começa às 10h, horáriodo Vaticano (5h no horário de Brasília) e é aberta ao público. A data e demais detalhes foram decididos em uma reunião de cardeais nesta terça-feira, 22. A missa das Exéquias, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício. Ao final, acontecem os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias e, em seguida, o caixão será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.
O funeral deve reunir cerca de 200 chefes de Estado e de governo. O presidente argentino, Javier Milei, foi o primeiro a confirmar presença e decretou sete dias de luto nacional. Milei declarou sentir “profunda dor” e elogiou “a gentileza e a sabedoria” do Papa. Assim como a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente Lula, também confirmaram a presença Zelensky, Macron e Donald Trump.
Ainda não há data definida para o início do conclave. Pelas regras do Vaticano, ele deve ocorrer entre 15 e 20 dias após a morte do papa. No entanto, se todos os cardeais estiverem presentes e houver consenso, o processo pode ser antecipado. Ao todo, o Colégio de Cardeais é composto por 252 membros, dos quais 135 têm direito a voto, por terem menos de 80 anos.