Nesta terça-feira, dia 01 de dezembro, foi dada oficialmente a largada para as obras de restauração da Estação Ferroviária Central de Santos Dumont, incluindo uma cobertura para a preservação da Zezé Leone. A instalação de uma placa marcou o início da restauração.
O Ministério da Cultura por meio da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, autorizou o projeto de autoria da Associação Ação em Movimentos Artísticos de Santos Dumont (AMA-SD) em parceira com as empresas Pomar, Interarquitetura e Instituto Serra Verde a realizar a capitação de recursos, a fim de realizar a restauração da Estação Ferroviária Central de Santos Dumont, através da Portaria nº 786, de 19 de dezembro de 2018.
Foram quase dois anos de trabalho para realizar a captação de recursos, mediante doações ou patrocínios de empresas cidadãs e a realização do projeto que realizará o restauro, revitalização e requalificação da Estação Ferroviária Central de Santos Dumont e seu entorno, patrimônio tombado na esfera municipal de natureza sociocultural.
A reforma será realizada graças ao apoio financeiro a MRS Logísticaempresa de operação logística que administra 1.643 km de malha ferroviária nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Inaugurada em 1° de Fevereiro de 1877, com a presença do Imperador D. Pedro II e sua comitiva, a Estação Ferroviária de Santos Dumont é considerada o principal marco histórico da cidade e atualmente se encontra deteriorada e com riscos estruturais e de ocupação.
Sua construção marcou um grande desenvolvimento para o então distrito de João Gomes.
Em 1890 João Gomes tornou-se município alterando seu nome para Palmyra, e, nos anos 1930, o nome da cidade em homenagem ao filho ilustre foi alterado para Santos Dumont, e também o da estação.
Ao longo dos anos a construção perdeu seu segundo andar, porém, a plataforma coberta em frente ao prédio da estação, de onde saía esse ramal, existe até hoje, embora as telhas não sejam mais as originais (segundo Gutierrez L. Coelho, 12/2003).
Atualmente o prédio da Estação Central abriga o Museu Ferroviário, o Arquivo Público Municipal e o Centro Cultural Paulo de Paula.
Ao lado da Estação, outro ícone da Memória Ferroviária: a locomotiva Zezé Leone.
Presenteada ao Brasil em 1922 pelo rei Alberto I da Bélgica, que visitou o país no centenário de sua Independência, foi popularmente apelidada com o nome da primeira Miss Brasil, eleita naquele ano.
Incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), recebeu o nº 370, tracionou o trem noturno de passageiros Cruzeiro do Sul, entre o Rio de Janeiro e São
Paulo. Foi desativada em 1968, e instalada em um pedestal
diante das oficinas do 4º Depósito. Afetada pela exposição ao tempo no final da década de 2000 foi, recuperada ao ponto de voltar a ser operacional, embora ainda precisando de recuperação mais completa no sistema de freios, foi estacionada ao lado da Estação Central de Santos Dumont onde se encontra atualmente.
Atrelados à locomotiva estão dois vagões do antigo ‘Trem da Prata’. Os vagões que estavam em Juiz de Fora foram reformados e transportados pela MRS Logística até Santos Dumont em 2016.
A bordo do Trem de Prata era possível dormir cortando o Vale do Paraopeba ou jantar à luz de abajures cruzando a Serra da Mantiqueira. Tudo na mesma viagem, saindo de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. As paisagens eram rasgadas do anoitecer ao amanhecer por um colosso prateado que corria sobre trilhos. A composição considerada de luxo operou por aproximadamente 35 anos, partindo às sextas-feiras e domingos de Belo Horizonte, da Estação Central, e do Rio de Janeiro, da Central do Brasil, às 20h15. E foi desativada na década de 1990.
Entre os meses de agosto e outubro foram realizados os serviços administrativos como a atualização dos Projetos executivos, a contratação do projeto Elétrico e combate a Incêndio e Pânico, o projeto Hidrossanitárias, o projeto Estrutural da Cobertura da Zezé Leone e a Orçamentação das Empreiteiras para obra de Restauro.
No mês de novembro foram feitas reuniões, e agora em dezembro após a colocação da Placa começa o processo de desmobilização da edificação e a formalização dos contratos juntos às empreiteiras, já para janeiro de acordo com o cronograma será efetivamente implantado o Canteiro de Obras.