Antes julgado como sinônimo de peças desgastadas e fora de moda, hoje os brechós estão em alta e são vistos como uma tendência descolada e sustentável. Nos brechós atuais se comercializa artigos limpos, bem conservados, semi-novos e com preços acessíveis. Compras em brechó possibilitam economia que vai até 80% em relação às lojas tradicionais. Populares na Europa e nos Estados Unidos, essas lojas estão conquistando o seu mercado no Brasil.
Uma pesquisa realizada pelo e-commerce ThredUp 2019 comprovou essa tendência: até 2028, o mercado de roupas usadas nos EUA valerá US$ 64 bilhões, mais que o mercado de fast fashion, que ficará com US$ 44 bilhões.
Bazar ou Brechó?
O bazar geralmente são organizados por igrejas, instituições ou pessoas físicas que tem por objetivo reverter os lucros para filantropia. As roupas geralmente são doadas por pessoas ou lojas.
Já o brechó tem a finalidade de obter lucro pessoal. Geralmente é feito por lojas ou pessoas físicas. É como uma loja de roupa comum, porém com peças que já tiveram outros donos, e exatamente por isso os preços das peças são mais baixos que os convencionais.
O nome Brechó remete ao século XIX quando um mascate chamado Belchior ficou conhecido por vender roupas e objetos de segunda mão no Rio de Janeiro. Com o tempo o nome Belchior se transformou por corruptela em “Brechó”.
Seguindo essa tendência, Hudson Limongi passou de frequentador de brechós a dono de um. O Inspiração Brechó nasceu da vontade de Hudson de empreender e ao mesmo tempo aliar a algo que já gostava, trabalhar com público e garimpar peças.
Estrear ou reutilizar?
Peças de marca também podem ser facilmente encontradas em Brechós, a designer de joias Flavia Pivatelli, de 36 anos, conseguiu encontrar uma bolsa de edição limitada da Chanel que não está mais disponível nas lojas. Além de comprar, ela gosta de desapegar, afinal, armário lotado não está com nada. “Quando entra uma peça, sai duas”, afirma. “Também troco muita coisa com minhas irmãs. Por que não renovar?” Chique agora é frequentar brechós.
Nas fotos acima Hudson mostra como é fácil se vestir com peças de Brechó e, Carmem que sempre garimpa peças como esse echarpe, mostra como a peça que deixa o look mais chique.
De acordo com Hudson, as roupas e peças vendidas em Brechós são garimpadas em bazares ou com os clientes e passam por uma higienização, e customização. Roupas furadas ou sem botão são tratadas e ganham uma nova vida, sendo totalmente transformadas. Roupas que talvez iriam para o lixo ganham uma sobrevida e são reutilizadas. Após serem curadas, não dá para acreditar que as peças já foram descartadas por outra pessoa.
Calças Jeans por exemplo, que não saem por menos de R$100 em lojas convencionais podem ser encontradas por até R$15! Ele mesmo só usa roupas de Brechó.
Pensando nisso, ele organiza pela quarta vez em Santos Dumont o “Brechós na Estação”, onde vários donos de Brechós se encontra no Centro Cultural Paulo de Paula na Praça da Estação para mostrar suas peças. Neste ano mais de 20 expositores estarão participando do evento que acontece dia 8, domingo, de 8h às 17h.
Além disso, os participantes irão arrecadar materiais de limpeza que serão doados para o Educandário Santa Teresinha.