Na tentativa de assinalar para o mercado que o governo continua com a política de corte de gastos, o presidente Michel Temer passará os próximos dias articulando a votação em primeiro turno da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Para que as mudanças nas regras de aposentadoria sejam aprovadas, são necessários, no mínimo, 308 votos. Mas o Palácio do Planalto contabiliza entre 280 e 300 apoiadores.
A oposição, no entanto, considera como certa a não votação da Reforma da Previdência nos próximos dias ou em 2018, ano de eleições. A senadora Angela Portela, do PDT de Roraima, argumentou que Michel Temer não tem mais o que negociar com os deputados depois de ter ser livrado do pedido de impeachment. Ela citou ainda que apenas o PMDB fechou questão em favor da Reforma, ou seja, decidiu punir os deputados que não votarem pelas mudanças nas regras da aposentadoria: “O governo fracassou na tentativa de aprovar a Reforma da Previdência ainda neste ano. O que é muito bom para todos nós da oposição. Isso mostra que os partidos da base estão percebendo também a alta rejeição que esta Reforma tem no seio da sociedade.” disse a senadora.
O líder do governo, senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, acredita que em duas semanas Temer conseguirá os 308 votos na Câmara para aprovar neste ano a Reforma da Previdência: “O governo está atuando. Tem melhorado muito o ambiente na Câmara. A imprensa também está defendendo a Reforma da Previdência porque está entendendo como deve ser feito. Acho que é um processo que está em andamento, mas de forma muito positiva.” disse Jucá.
Entre as mudanças, está a idade mínima de 62 anos, no caso das mulheres, e de 65, no caso dos homens, para se aposentarem após 25 anos de contribuição. Os agricultores já se mobilizam contra mudanças na contribuição rural:
As centrais sindicais prometem intensificar protestos caso a reforma seja votada:
Entenda os principais pontos da Reforma da Previdência: