No próximo dia 16 de julho completa 125 anos da realização da primeira transmissão da voz e da música por ondas de rádio da história da humanidade, realizada pelo padre brasileiro Roberto Landell de Moura.
A transmissão foi realizada entre o Colégio Santana, na zona norte de São Paulo, e a Ponte
das Bandeiras. A transmissão do padre Landell pode ser ouvida a quatro quilômetros do local do experimento, conforme atesta a farta documentação reunida pelo biógrafo de Landell, o jornalista Hamilton Almeida.
Sua invenção recebeu três patentes, nos Estados Unidos e aqui no Brasil, mas mesmo assim, grande parte dos livros de História trazem o nome do cientista italiano Guglielmo Marconi como o inventor do Rádio com sua demonstração pública em 1874, em Bolonha na Itália, feito realizado dois anos antes, pelo padre Landell de Moura. Marconi chegou até a ganhar, em 1909, o Prêmio Nobel de Física pelo desenvolvimento da radiotelegrafia. Virou empresário com os inventos, ganhou mercados e chegou a vender por bons valores as patentes a outras empresas. Enquanto Padre Landell que aos 17 anos, foi estudar Teologia, Física e Química em Roma, morreu de tuberculose, no anonimato, com 67 anos de idade. E ao contrário do italiano, o padre e inventor brasileiro foi perseguido pelo povo ignorante da sua época.
Uma intensa movimentação vem sendo realizada desde 2010 com vistas ao reconhecimento do padre-inventor, além de dezenas de depoimentos de colegas jornalistas. A intenção é além de celebrando o feito, exortar a sociedade brasileira a levar adiante a luta pelo reconhecimento desse ilustre brasileiro, ainda pouco conhecido em seu próprio País, a despeito de ter sido um dos mais importantes cientistas do mundo.
O Movimento Landell de Moura pede o reconhecimento do padre como verdadeiro inventor do Rádio. Em 2011 em comemoração aos 150 anos de nascimento do padre Roberto Landell de Moura, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos emitiu, um selo e um carimbo comemorativos.
– Landell é cidadão honorário da cidade de São Paulo
– É também patrono dos radioamadores brasileiros
– Em 2012 seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria.
– Prêmio Landell de Moura de Radiojornalismo foi criado na Câmara de SP, em 2017
– O autor Hamilton Ribeiro tem cinco livros sobre Landell, um deles na Alemanha
“Toquem o Hino Nacional !”, com essa frase realizou-se o primeiro teste de transmissão de rádio sem fio. Foi uma demonstração pública, com convidados e personalidades especiais, incluindo o Cônsul britânico, que aconteceu em 16 de julho de 1899. Ali estava a demonstração autêntica e real de um gênio brasileiro esquecido na história, que nunca foi valorizado e incentivado, mas que ficou à frente dos inventores internacionais. Foram duas demonstrações públicas — a segunda, em 03 de junho de 1900, foi do Colégio Santana até Av.Paulista, com oito quilômetros.
Tudo hoje é mais fácil nas comunicações do consumo de acontecimentos e notícias, em questões de segundos, até as conferências e eventos, ao vivo, a quilômetros de distância dos locais, do outro lado do mundo. O rádio deixou a época do período inicial em transmissões de AM e Ondas Curtas, que possibilitaram a integração do país e incentivaram o progresso. Além da Frequência Modulada (FM), em audio estéreo, abriu também as portas para rádios comunitárias.
E a tendência é sempre na evolução nos meios de comunicação. Hoje o celular é sinônimo de “estar ligado ao mundo e a todos”. Da evolução do telégrafo à transmissão de som e imagens instantâneas. As transmissões radiofônicas possibilitaram um mundo novo de informações e de lazer. Ele evoluiu muito e hoje chega a ser transmitido dos estúdios “ao vivo” para telespectadores via internet, YouTube e outras plataformas.
Um dos livros do jornalista Hamilton Almeida, tem como título “Padre Landell – O brasileiro que inventou o wireless”.